Bitcoin existe para transferir valor, de forma rápida e barata, sem confiar aos burocratas do governo e banqueiros os detalhes privados de nossas vidas como consumidores. Nesse sentido, o Bitcoin é mais como dinheiro do que como uma transferência eletrônica ou pagamento com cartão. Anonimato, propriedade, imutabilidade – esses são atributos compartilhados pelo Bitcoin e pelo dinheiro, os quais nos permitem viver com mais liberdade em um mundo de vigilância e controle cada vez maiores. Para realmente descobrir o valor do uso do Bitcoin, podemos pensar sobre como ele nos permite recuperar o controle que uma sociedade sem dinheiro tira.

Uma transação em dinheiro acontece diretamente de uma pessoa para outra. Este processo é conhecido como ponto a ponto e é a maneira mais simples de transferir valor, sem comprometer a privacidade de ninguém. Ninguém mais precisa estar envolvido e o fato de uma transação ter ocorrido não precisa ser compartilhado com ninguém. O Bitcoin nos permite levar esses benefícios do dinheiro para a era digital.

Em uma economia estável, o dinheiro dá a você um forte senso de propriedade – você pode gastá-lo, salvá-lo ou mesmo destruí-lo e sempre saberá que tem controle sobre o que faz com ele. Este não é o caso do sistema bancário moderno. Os pagamentos eletrônicos são complexos, então é natural que seu banco tenha que cuidar deles para você. Mas se o seu banco suspender seus fundos sem explicação, você perceberá que, para começo de conversa, ele nunca foi realmente seu.

Peça ao seu banco para enviar o seu dinheiro a uma figura importante, e provavelmente eles o farão. Deixe-os emprestar e pagar alguns juros para que sua poupança cresça e eles fiquem mais do que felizes. Em seguida, peça a eles que enviem seu dinheiro a um amigo em um país embargado como o Irã e veja o que eles dizem. Embora você possa pensar nisso como seu dinheiro, não é você quem controla o que pode e o que não pode ser feito com ele.

A conveniência das transferências eletrônicas e dos cartões de crédito fez valer a pena perder algumas das vantagens que o dinheiro de cédula oferece. No entanto, isso resultou em um sistema que permite que outras pessoas espionem os detalhes mais granulares de sua vida. O dinheiro não é compatível com uma sociedade tecnologicamente dependente, então os sistemas de controle estão prosperando, pois cada viagem e compra que você faz está ligada à sua identidade digital. Ao trazer de volta o pseudonimato do dinheiro, o Bitcoin ajuda a proteger grupos vulneráveis ​​daqueles que os prejudicariam.

O Bitcoin foi projetado para transferir dinheiro ponto a ponto sem a necessidade de um banco. Não só restaura todas as vantagens do dinheiro, mas também as transpõe para um ambiente digital descentralizado onde as transações são completamente sem fronteiras. Não há como impedir que alguém tenha Bitcoin, e ele pode ser acessado de qualquer lugar do mundo. Também é impossível falsificar, um problema que o dinheiro nunca foi superado.

Para sobreviver sem um intermediário, o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, implementou algumas regras estritas, mas simples, que governam a rede. Para enviar Bitcoin, três etapas devem ser executadas:

• Prove que você possui o Bitcoin que deseja enviar
• Tenha em posse o endereço da pessoa que você está pagando
• Certifique-se de enviar apenas o que você possui

Os dois primeiros pontos são fáceis de visualizar, pois refletem nossa interação no ambiente digital – e-mails, mídias sociais e até mesmo bancos usam um sistema baseado em endereço para enviar mensagens e fundos, e contas de usuário são verificadas por uma combinação de nome de usuário e senha. No Bitcoin, em vez de nome de usuário e senha, usamos ‘chaves’ – uma série de caracteres gerados aleatoriamente – que vêm em pares: uma chave pública vinculada a uma chave privada. Essas são todas as provas de que você precisa para acessar seu dinheiro (gastar moedas).

Sua chave pública é usada para gerar um endereço, que é o seu identificador na rede. É uma série de caracteres gerada por sua combinação única de chave e pode ser considerada como uma caixa na rede da qual todos podem ver o conteúdo (ou seja, seu saldo de Bitcoin), mas que apenas sua chave privada pode abrir.

Fundamentalmente, esses conceitos básicos são familiares para a maioria de nós, mas o que é tão especial sobre o Bitcoin é que ele resolveu o problema do gasto duplo sem a necessidade de uma pessoa ou instituição para verificar seu saldo, a principal falha nas tentativas anteriores de criar uma moeda digital. Ao garantir que ninguém possa enviar dinheiro de sua propriedade, o Bitcoin tornou o setor de serviços de pagamento redundante.

Quando um banco transfere fundos de seus clientes, ele assume a responsabilidade de verificar quanto dinheiro eles podem enviar. Baseia-se na confiança, contando com a honestidade da instituição na sua contabilidade, o que nem sempre é o caso. O recente escândalo do Wirecard, em que mais de $ 2,2 bilhões de dólares declarados em suas contas foram descobertos como nunca tendo existido, é apenas um dos muitos casos de práticas duvidosas por parte dos bancos. O Bitcoin usa um sistema confiável chamado blockchain para evitar gastos duplos, compartilhando os saldos das contas de todos (pseudonimamente) e transações e, portanto, permitindo que todos verifiquem se você (seu endereço) tem os fundos que diz ter.

Não é importante entender a tecnologia por trás do Bitcoin para usá-lo. Tudo é baseado em regras criptográficas que tornam a rede incrivelmente segura. É mais importante saber aproveitar todos os seus benefícios. Muitas pessoas acham o Bitcoin confuso, o que as torna mais propensas a fazer concessões como permitir que as Exchanges retenham seu dinheiro, perdendo a propriedade dele, tomando tal decisão, você corre o sério risco de perder os seus bitcoins a qualquer momento, exchange são úteis ao fazer trocas de FIAT x Cripto ou vice-versa e não para custodiar os seus fundos.

Contanto que você tenha uma carteira segura, você está equipado para enviar Bitcoins para qualquer lugar em minutos.

As carteiras Bitcoin nos permitem interagir com a rede e assumir muitas formas. Alguns estão online, acessados ​​por meio de seu navegador, outros em seu desktop e outros estão completamente offline, hardwallets como a Trezor, mantem às suas moedas protegidas de malware, golpes, phishing e até mesmo algumas formas de engenharia social, por meio do sistema de backup Shamir.

Para enviar Bitcoins, você precisa de um endereço para enviar e uma carteira própria. Você diz a quem deseja pagar, quanto enviar e a rapidez com que deseja que o pagamento seja feito (ou seja, quanto deseja pagar em taxas). Ao clicar em enviar, a transação é transmitida a outros computadores da rede, que a validam de forma independente. Ela é então adicionado a uma longa lista de transações conhecidas como Blockchain, mostrando que seus fundos agora existem na carteira do destinatário.

Por outro lado, se você deseja receber Bitcoin, basta fornecer o endereço da carteira a alguém. É uma confusão única de caracteres que se parece com isto: bc1qxtpdw0hn9rnjlej9v3etyzv7vvf2mgh42trz8v. Veja nessa matéria todos os endereços válidos na rede bitcoin.

Sua carteira pode gerar quantos endereços você quiser, gratuitamente, para que ninguém possa vincular quais pagamentos foram feitos à mesma pessoa. É altamente recomendável usar um endereço novo para cada transação, melhorando muito o seu anonimato e, portanto, a segurança.

Contanto que você mantenha seu Bitcoin em uma carteira da qual só você tem as chaves, você é o proprietário. Para evitar o roubo e evitar outras vulnerabilidades, você pode manter suas chaves totalmente offline usando uma carteira de hardware como a Trezor model T . Se você for um técnico, pode até manter sua própria cópia da blockchain do Bitcoin e transmitir transações de seu próprio servidor criando um nó completo. Para pessoas que precisam de privacidade por questão de segurança, a capacidade do Bitcoin de protegê-la muda vidas.

Agora que cobrimos os conceitos, vamos examinar o processo real de envio de Bitcoins para alguém com mais detalhes, do início ao fim. Dependendo do tipo de carteira que você está usando, o processo pode parecer ligeiramente diferente, mas as funções principais como Enviar, Receber e Histórico de Transações são as mesmas.

Se você for solicitado a enviar Bitcoin para algum lugar, você receberá um endereço de recebimento. É como o campo ‘Para:’ de um e-mail. Em sua carteira, navegue até a guia ‘Enviar‘. Usando uma hardware wallet Trezor, ficará assim:

Preencha o campo de endereço com o endereço para o qual deseja enviar seus fundos. Se você estiver usando um Trezor, também precisará confirmar fisicamente o endereço no próprio Trezor, evitando que alguém altere o destinatário pretendido sem o seu conhecimento.

Digite a quantidade de Bitcoins que deseja enviar. A carteira Trezor permite que você veja o valor equivalente em R$ ou outra moeda de sua escolha. Depois de ter certeza de que inseriu o valor correto, escolha uma taxa adequada para a transação. A Trezor Wallet calculará o tempo estimado da transação. Na captura de tela acima, estamos pagando apenas 1 satoshi por byte, o que significa que nossa transação terá a prioridade mais baixa e levará muito tempo para ser confirmada, mas o custo total em R$ é cerca de 10 centavos. Se a taxa fosse definida como Alta (47sat / b), a transação seria confirmada em 20 minutos e custaria R$ 3,90. Esse número irá variar dependendo da quantidade de tráfego na rede, portanto, se parecer muito alto, pode ser melhor aguardar um tempo menos congestionado.

Depois de confirmar tudo, você pode clicar no botão Enviar e será solicitado a confirmar a transação em sua Trezor. Seu dispositivo Trezor nunca assinará uma transação sem sua confirmação explícita, então você pode ter certeza de que seus fundos permanecerão no lugar a menos que você pressione o botão de confirmação. Uma vez confirmada, a transação é transmitida aos nós da rede, que irão validá-la e reservá-la para que os mineradores a confirmem.

Como a pessoa que recebe o pagamento, a única coisa que você precisa saber é o endereço público da sua carteira. Em sua Trezor Wallet, você pode encontrá-lo acessando a guia ‘Receber‘. É uma boa prática usar um novo endereço para cada transação, para evitar que alguém seja capaz de ver um registro completo de suas transações. Seu endereço está sempre disponível para receber transações, mesmo se o dispositivo estiver desconectado. Você pode, se quiser, até mesmo imprimir alguns códigos QR de endereços de carteiras (novamente – use endereços novos sempre que possível), carregue-os e deixe que as pessoas paguem por meio de digitalização, de forma totalmente segura.

Na captura de tela abaixo, você pode ver o primeiro endereço gerado pela carteira, com a rotulagem /0. Ao clicar no botão ‘Show new Address‘, um novo endereço é gerado, mas obscurecido. Você precisará clicar no botão verde que aparece, dizendo ‘Mostrar endereço completo‘ e, em seguida, será solicitado ‘Verificar endereço no Trezor‘ para confirmar se o que você vê no seu dispositivo Trezor é o mesmo que é mostrado na Trezor Wallet, saiba mais.

Dê o endereço a quem você quiser – ele é visível publicamente. Contanto que você verifique se o endereço fornecido está correto, qualquer pessoa que o tiver poderá enviar Bitcoin imediatamente.

Embora o Bitcoin tenha suas origens como meio de pagamento, ele não foi projetado para processar milhares de transações por segundo, como seria de esperar da Visa ou de outros fornecedores de pagamento com cartão. À medida que ganhava mais e mais usuários e adeptos, o Bitcoin começou a observar congestionamento na rede – as transações começaram a levar horas, até dias para serem confirmadas, e as taxas de transação dispararam rapidamente.

Enquanto estava em andamento o desenvolvimento de uma maneira de transferir pequenas quantidades de Bitcoin de maneira mais econômica, o protocolo SegWit (testemunha segregada) foi criado. A tecnologia que deveria suportar, a Lightning Network, ainda está em fase Beta, mas o SegWit trouxe o benefício adicional de fazer os dados de entrada parecerem menores para a rede e, portanto, permitir que mais transações fossem suportadas em um bloco. Isso ajudou a acelerar a rede novamente, e hoje ela ainda está funcionando sem problemas. Olhando para o futuro, uma série de iniciativas estão em andamento para processar ainda mais transações, tornando o Bitcoin um verdadeiro candidato a processadores de pagamento de alta escala.

Existem também iniciativas para manter o pseudonimato do Bitcoin. Muitos lugares onde você pode comprar Bitcoin impõem regulamentações anti-lavagem de dinheiro que fazem você se identificar, vinculando assim sua identidade às suas moedas. Tecnologias como o CoinJoin ajudam a obscurecer essa conexão para permitir que as pessoas permaneçam indetectáveis, se quiserem ou precisarem ser. O Bitcoin permite que você gerencie quanto de sua persona online está ligada à sua identidade real, de uma forma que combate o ambiente digital cada vez mais invasivo.

Fonte: blog.trezor.io